quarta-feira, 8 de maio de 2019

Por Gustavo Garcia e João Cláudio Netto, G1 e TV Globo — Brasília
 

Relatório da MP que reorganiza ministérios mantém Coaf na Justiça
Jornal Nacional
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Relatório da MP que reorganiza ministérios mantém Coaf na Justiça
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), relator da medida provisória da reforma ministerial, apresentou nesta terça-feira (7) relatório em que propõe uma série de mudanças na estrutura administrativa do governo.
Entre as alterações, estão o desmembramento do Ministério do Desenvolvimento Regional com a recriação de duas pastas (Integração e Cidades); e a volta da Funai – hoje vinculada ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos – ao Ministério da Justiça.
O relatório prevê que, com o desmembramento, o Ministério do Desenvolvimento Regional será extinto.
O presidente Jair Bolsonaro admite recriar os dois ministérios, a fim de preservar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no âmbito do Ministério da Justiça e Segurança, como defende o ministro Sérgio Moro – grupos de parlamentares pretendiam que o conselho, um organismo de inteligência que atua contra lavagem de dinheiro e fraudes financeiras, fosse para o Ministério da Economia.
Além disso, o relator sugeriu que a demarcação de terras indígenas continue subordinada ao Ministério da Agricultura.
Bezerra afirmou que Jair Bolsonaro tomou nesta semana a decisão de recriar os ministérios das Cidades e da Integração Nacional. Segundo o líder do governo, a decisão foi tomada após o presidente avaliar demandas de parlamentares sobre recriação de pastas.
“Acho que isso vai facilitar o atendimento aos prefeitos, aos governadores. O Ministério das Cidades já carrega uma pauta muito pesada da política de saneamento, da política habitacional, da política de mobilidade urbana”, afirmou.
“E o Ministério da Integração Nacional tem outro desafio maior, que é a questão da Defesa Civil, que é a questão da política nacional de recursos hídricos, que é a questão de enfrentamento às estiagens sobretudo no Nordeste brasileiro. Portanto, eu acho que essa foi uma decisão correta que atende melhor à gestão pública e aos objetivos do governo Bolsonaro”, declarou.
Questionado por jornalistas, Fernando Bezerra negou que a proposta de recriar as pastas seja fruto de uma negociação para manter o Coaf no Ministério da Justiça.

Reforma ministerial

A reforma ministerial foi assinada pelo governo no primeiro dia de mandato de Jair Bolsonaro. A MP reduziu o número de ministérios de 29, no governo do ex-presidente Michel Temer, para 22.
Depois da apresentação do relatório nesta terça, o presidente da comissão mista que analisa o tema, deputado João Roma (PRB-BA), concedeu vista coletiva, ou seja, mais tempo para análise do texto. A votação da MP pelo colegiado está prevista para esta quarta-feira (8).
As mudanças propostas por Fernando Bezerra no texto original da MP precisam ser aprovadas pela comissão e, depois, confirmadas pelos plenários da Câmara e do Senado.
O texto precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional até o dia 3 de junho. Caso contrário, perderá a validade. Depois da análise do Legislativo, a proposta seguirá para a sanção presidencial.

Coaf

Após assumir a Presidência da República, Jair Bolsonaro transferiu o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do extinto Ministério da Fazenda para o Ministério da Justiça.
O Coaf é uma unidade de inteligência financeira do governo federal que atua principalmente na prevenção e no combate à lavagem de dinheiro – crime que consiste na prática de disfarçar dinheiro de origem ilícita.
A mudança provocou reação de parlamentares de alguns partidos da oposição e do “Centrão” que defendem a vinculação do órgão ao Ministério da Economia. Eles dizem que a transferência do Coaf para a Economia evitaria que investigações do conselho atinjam garantias individuais.
“Tem um argumento [de alguns parlamentares] que temos que refletir sobre ele, que é a questão de não ficar sob o mesmo guarda-chuva a investigação e os dados, e o acesso ao sigilo bancário das pessoas que estão sendo alvo de investigação”, afirmou o relator.
“Mas o ministro Moro é uma peça central do governo. Ele vem para o governo para poder fazer uma política de combate ao crime organizado, à lavagem de dinheiro, à corrupção, e ele entende como sendo instrumento adequado e importante que o Coaf possa ser preservado como instrumento de trabalho do Ministério da Justiça”, acrescentou Fernando Bezerra.
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, defende a permanência do órgão na pasta que comanda. Para ele, isso facilita o enfrentamento à lavagem de dinheiro, ao crime organizado e à corrupção.
“Em matéria de segurança pública e enfrentamento ao crime organizado, a integração é tudo. Nós, então entendemos que o Coaf é um órgão extremamente importante para a prevenção da lavagem de dinheiro”, afirmou Moro ao Jornal Nacional na semana passada.
Na avaliação de Fernando Bezerra, permanência do Coaf no Ministério da Justiça é a “melhor opção”. “O governo tomou uma posição e nós fixamos isso no nosso relatório”, afirmou.
Ele acrescentou que o governo está em mobilização para conseguir maioria na Câmara e no Senado para manter o órgão sob o comando de Sérgio Moro. Bezerra disse, no entanto, que a comissão está dividida em relação ao tema.

Auditores da Receita

Fernando Bezerra também incluiu, no relatório, uma proposta para modificar a legislação que trata das atribuições de auditores fiscais da Receita Federal. A sugestão, segundo o relator, foi feita pelo líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM).
A mudança proposta prevê proibir a investigação, por parte de auditores da Receita, de crimes que não sejam de ordem fiscal, “com o objetivo de promover maior segurança jurídica a esse tema e preservar as garantias constitucionais da intimidade e do sigilo de dados”.
Bezerra disse que há registros de auditores que estariam extrapolando suas funções.
“No Congresso, tem muita sensibilidade para o respeito às garantias individuais e constitucionais. Na realidade, essa emenda traduz isso. A gente precisa dar limites para não haver a exacerbação do exercício de determinados poderes. Então, tem ocorrido, sim, a extrapolação na atuação de fiscais da Receita Federal, que fogem da sua competência, que fogem do âmbito das suas atribuições. Essa emenda é no sentido apenas de proteger as garantias individuais do contribuinte brasileiro”, disse o senador.

Outras mudanças propostas

No relatório, Fernando Bezerra também propôs outras alterações no texto original da MP:
  • Transferência do registro sindical do Ministério da Justiça para o Ministério da Economia;
  • Reinserção do serviço do Zoneamento Ecológico Econômico no Ministério do Meio Ambiente;
  • Inserção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) no Ministério da Cidadania;
  • Volta da sabatina de diretores do DNIT pelo Senad

terça-feira, 7 de maio de 2019

Por Luciana Oliveira, G1 — Mountain View, Estados Unidos - a jornalista viajou a convite do Google
 

Google I/O: conheça novidades do assistente de voz
G1 Tecnologia e games
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Google I/O: conheça novidades do assistente de voz
Google fez diversos anúncios nesta terça-feira (7) durante o evento para desenvolvedores Google I/O. A empresa apresentou novas ferramentas que, segundo o presidente da empresa, Sundar Pichai, irão "construir um Google mais útil para todo mundo", além de novidades no sistema operacional Android e até um modelo mais barato do celular Pixel.
Pichai também afirmou que a companhia está facilitando o acesso ao controle de dados do usuário, com menos passos e informações mais acessíveis.

Android Q

Segundo o Google são atualmente 2,5 bilhões de aparelhos rodando o sistema operacional da empresa, fabricados por mais de 180 companhias. A atualização do sistema foi anunciada para 21 celulares de 13 fabricantes, incluindo Xiaomi, Huawei, LG, Pixel, Nokia, Oppo, Vivo, OnePlus, Redmi, Asus e Sony. Samsung, apesar de ser a líder mundial na venda de celulares, não estava na lista apresentada pelo Google.
O Android Q terá funções apropriadas paras os celulares dobráveis, que foram anunciados por diversas fabricantes este ano. O novo sistema operacional também terá um "modo noturno", mais escuro que ajuda a salvar bateria.
Novidades do Android Q vão permitir a pais definir tempo limite de uso de aplicativos. — Foto: Divulgação/GoogleNovidades do Android Q vão permitir a pais definir tempo limite de uso de aplicativos. — Foto: Divulgação/Google
Novidades do Android Q vão permitir a pais definir tempo limite de uso de aplicativos. — Foto: Divulgação/Google
O foco da nova geração do Android também será em privacidade e segurança. A empresa anunciou o Google Play Protect, ferramenta que irá escanear bilhões de aplicativos a fim de garantir a segurança da loja de apps do Google.
Com o Android Q também será mais fácil implementar atualizações de segurança e privacidade, de maneira separada e sem reiniciar o celular. Será possível ao usuário fazer atualizações desse tipo separadas de atualizações maiores.
As funções de privacidade estão mais acessíveis e com maior controle do usuário. Nesse sentido, o Android Q também conta com mais controle parental, permitindo morar os downloads que crianças fazem de aplicativos e otempo gasto em cada um deles.

Assistente de voz e novas funções

Veja outras novidades que a empresa anunciou:
  • Pesquisa de notícias mais especializada, com linha do tempo e matérias aprofundadas;
  • Realidade aumentada na câmera nas buscas também foi apresentado, podendo "trazer" as pesquisas para o mundo real;
  • Novas funções do Google Lens: a empresa aumentou o escopo de funções da busca por câmeras, permitindo até ler o cardápio do restaurante, destacando o que é mais popular e mostrando fotos. A função também lê cartazes e consegue traduzi-los e até ajuda a calcular gorjeta para o garçom e dividir a conta em um restaurante;
  • Pichai apresentou novas funcionalidades do Google Duplex e do assistente de voz, que agora permite não só ligar para marcar horários, mas também completar formulários na web. O exemplo usado foi o aluguel de um carro, que agora pode ser feito pelo assistente de voz. Mais detalhes serão dados no final do ano;
  • Google Assistente ficou 10 vezes mais rápido e ganhou capacidade de fazer multi-tarefas sem precisar dar o comando de voz a cada uma delas. Será possível mandar e-mails, pedir um carro para o hotel e responder mensagens. Essas novidades serão primeiro implementadas nos telefones Pixel, do próprio Google, no final deste ano;
  • O Assistente também passa a ser mais integrado com a vida do usuário, entendendo quais contatos são importantes, permitindo fazer lembretes e funções personalizadas;
  • Novo "modo dirigir" do Assistente, que será lançado no meio de 2019, trará funções como rotas mais rápidas para compromissos já agendados, além de escutar podcasts e outras tarefas enquanto o usuário está ao volante;
  • Agora haverá um "modo anônimo" no Google Maps, que possibilitará que buscas por locais e trajetos não sejam salvos na conta do usuário;
  • "Live Caption" é uma nova habilidade do Android que permitirá criar legendas automáticas para qualquer conteúdo: de vídeos na internet a podcasts e até vídeos gravados em casa pelos usuários;
  • Outra função semelhante, chamada "Live Relay", será útil para pessoas com dificuldade de fala, que poderão interagir com uma ligação digitando e sendo interpretados pelo assistente pessoal;
  • O Google também mostrou avanços num projeto para fazer reconhecimento de voz de pessoas com problemas de fala, que sofreram um AVC, por exemplo, para que o Assistente tenha capacidade de reconhecer todas as pessoas.
Sundar Pichai, CEO do Google, revela novidades da empresa no evento Google I/0 — Foto: Justin Sullivan / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFPSundar Pichai, CEO do Google, revela novidades da empresa no evento Google I/0 — Foto: Justin Sullivan / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
Sundar Pichai, CEO do Google, revela novidades da empresa no evento Google I/0 — Foto: Justin Sullivan / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP

Novo Pixel

O Google também trouxe as versões "baratinhas" do Pixel, celular fabricado pela própria empresa. O Pixel 3a e Pixel 3a XL custam US$ 399 e US$ 479, "metade do preço dos celulares topo de linha", segundo o Google.
Com tela OLED de 5,6 polegadas no 3a e de 6 polegadas no 3a XL, câmera topo de linha, e bateria que promete durar até 30 horas, o novo celular vem para competir no mercado de aparelhos de preço intermediário com característica dos mais caros.
Novos Pixel 3a e 3a XL, apresentados durante a Google I/O — Foto: Luciana Oliveira/G1Novos Pixel 3a e 3a XL, apresentados durante a Google I/O — Foto: Luciana Oliveira/G1
Novos Pixel 3a e 3a XL, apresentados durante a Google I/O — Foto: Luciana Oliveira/G1
Funcionalidades como realidade aumentada e o Google Assistente melhorado também pretendem dar um ar premium ao aparelho mais barato.
O anúncio não inclui o Brasil como um dos países em que o smartphone será lançado. Segundo Mario Queiroz, VP global de produtos do Google, os novos aparelhos serão lançados apenas em mercados onde o Pixel 3 já estava disponível.