terça-feira, 17 de abril de 2018

Trump prefere Argentina e exclui Brasil de acesso à OCDE
Segundo o presidente dos EUA, no governo de Macri existe "respaldo eleitoral" pelas reformas propostas e que essa não é a realidade do Brasil
Por Estadão Conteúdo
17 abr 2018, 10h17 - Publicado em 17 abr 2018, 08h50
Genebra – O governo de Donald Trump já deixou claro ao Palácio do Planalto que deu preferência para a adesão da Argentina à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), alegando que existia “respaldo eleitoral” em Buenos Aires pelas reformas que Maurício Macri estaria realizando e que essa não seria a realidade do Brasil.

O recado foi dado ao governo brasileiro no final de março, durante encontros de representantes da Casa Civil com Landon Loomis, assessor especial para o hemisfério ocidental e economia global do vice-presidente americano, Mike Pence.


Nos últimos seis meses, o governo brasileiro realizou uma série de encontros com a cúpula da OCDE para encontrar formas de fazer avançar seu processo de entrada no organismo internacional considerado “o clube dos países desenvolvidos”.

Mas, ainda que a secretaria da entidade seja favorável à chegada do Brasil, o voto americano tem impedido que o processo ganhe força.


Em janeiro, em Davos, Temer aproveitou reuniões bilaterais para tratar do caso com o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria. O diplomata, porém, sugeriu que o governo brasileiro se aproximasse de membros da administração americana para os convencer dos pontos positivos da adesão do Brasil.

Foi exatamente isso que o Brasil fez. Nos dias 26 e 27 de março, o representante da Casa Civil, Marcelo Guaranys, esteve em Washington para encontros, cujo teor foi colocado em telegrama da chancelaria de 3 de abril.


Para o governo, era importante que o processo de adesão do Brasil à OCDE fosse iniciado ainda sob a gestão do presidente Michel Temer.

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